[Arte Marcial] Três segundos em posição de cavalo, derruba o lutador.

Autor: Jeffi Chao Hui Wu

Data: 2025-08-09 Sábado, às 11:10 da manhã

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[Arte Marcial] Três segundos em posição de cavalo, derrubando o lutador

Anteontem, testemunhei uma cena que me fez exclamar “a diferença entre as práticas internas e externas é abissal”. Era um aluno brasileiro de 44 anos, de estatura média, músculos firmes e olhar penetrante. Ele me contou que praticou boxe por muitos anos e também jiu-jitsu brasileiro, com vasta experiência em combate, sendo a explosão de força e a velocidade seus pontos fortes. Ao ver sua atitude confiante, pensei comigo mesmo que, com esse físico, ele deveria conseguir manter a posição de cavalo por alguns minutos sem problemas.

Na verdade, anos atrás, o mestre Lin Wenhui já havia me alertado: “Pessoas comuns só conseguem manter a posição de cavalo por cerca de três segundos.” Quando ele disse isso, eu estava cético, pois já conseguia ficar nessa posição por trinta minutos, com o corpo relaxado e a respiração longa, aquela sensação de estabilidade já fazia parte do meu treinamento diário. Ele ainda complementou rindo: “Você é uma exceção rara.” Para verificar essa afirmação, fui observar seus alunos — e, de fato, a grande maioria só conseguia aguentar três segundos; ao chegar ao quarto segundo, ou a postura se desmoronava, ou o rosto já mostrava expressão de dor.

Esse aluno brasileiro confirmou novamente esse fato. Assim que seus pés tocaram o chão, com o quadril levemente afundado, antes mesmo de contar até três segundos, seu corpo começou a tremer como uma peneira, e seu rosto já mostrava esforço, levantou-se rapidamente e disse com um sorriso amargo: “Não dá, isso é muito difícil.” Eu fiquei surpreso por meio segundo e não consegui conter o riso, não por zombar dele, mas porque não esperava que um “durão” de combate se rendesse diante de uma prática aparentemente simples.

Muitas pessoas de fora podem se perguntar: a posição de cavalo não é apenas abrir as pernas, dobrar levemente os joelhos e ficar parado? Para quem está acostumado a treinos de explosão, essa é, na verdade, a condição mais “incompatível”. O boxe e o jiu-jitsu enfatizam a força momentânea do golpe, a agilidade dos passos evasivos e a tensão muscular durante o combate, enquanto o cerne da prática de cavalo é exatamente o oposto — relaxamento, estabilidade, centro de gravidade fixo e respiração profunda e suave.

No treinamento de combate, os músculos estão frequentemente em um ciclo dinâmico de “tensão — relaxamento — tensão — relaxamento”, com movimentos mudando de direção frequentemente e a força concentrada em explosões de curto prazo. A posição de cavalo exige que o corpo esteja relaxado externamente, mas tenso internamente, com os músculos sustentando a forma, a respiração descendo ao dantian, sem ficar rígido ou desmoronar. Embora pareça imóvel, na verdade, toda a fáscia, articulações e ligamentos do corpo estão suportando uma pressão uniforme e contínua.

O primeiro desafio desse aluno foi a inércia da força — ele tentou sustentar com os músculos da coxa, mas assim, em três segundos, a dor e o cansaço se tornariam insuportáveis, pois a fonte da força na prática de cavalo não é um único músculo, mas sim a “força estrutural” do esqueleto como um todo e a “força interna” do dantian. O segundo desafio foi a respiração descontrolada — o boxe costuma usar respirações curtas para acompanhar os golpes, enquanto a prática de cavalo exige respirações longas e suaves; se a respiração se desorganiza, o corpo imediatamente começa a tremer. O terceiro desafio é a pressão estática sobre os ossos — durante o combate, as articulações suportam pressão em movimento, enquanto na prática de cavalo, a pressão é suportada em estado estático; com o tempo, os músculos enviam um forte “sinal de retirada”.

Eu lhe disse que a prática de cavalo é como construir a fundação de uma casa; se for profunda e estável, no futuro será possível erguer um arranha-céu. O boxe e o jiu-jitsu, essas práticas externas, são como a superestrutura da casa, bonitas, imponentes e práticas, mas se a fundação não for sólida, ao enfrentar um impacto mais forte, todo o edifício balança.

Minha própria experiência é que, seja no tai chi, seja no galo de pé ou no passo do espírito, essas práticas que têm movimento dentro do silêncio e silêncio dentro do movimento, não podem prescindir de uma base sólida de prática de cavalo. Especialmente à beira-mar, com temperaturas entre seis e nove graus, sob as roupas de outono, eu fico na posição de cavalo por três minutos e meu corpo começa a aquecer, após dez minutos, começo a suar levemente; aquela sensação de energia interna pulsando não pode ser substituída pela explosão de força. O mestre Lin já disse claramente que, ao caminhar por três horas com o passo do espírito, meus músculos não se cansam, consigo ficar em pé no galo de pé com os olhos abertos por mais de quarenta minutos e com os olhos fechados por vinte e três minutos, e até onde sei, ninguém alcançou isso. Isso não é uma ostentação, mas uma demonstração de que, uma vez que se entra no treinamento interno, o desempenho do corpo supera completamente as expectativas de capacidade física convencional.

Após a aula daquele dia, esse lutador de boxe disse sinceramente: “Então, depois de tantos anos de treino, eu só melhorei meus músculos e técnicas, mas a base fundamental ainda não está sólida.” Eu sorri e respondi: “Essa é a beleza do treinamento interno; parece lento, mas pode fazer seu soco mais pesado, seu pé mais firme e seu corpo mais ágil.”

A dificuldade da prática de cavalo não está em quanto tempo você consegue aguentar, mas em se você consegue encontrar força no relaxamento e permitir que todo o corpo se torne permeável na imobilidade. Este é um mundo completamente diferente de qualquer combate externo. Os três segundos de constrangimento são, na verdade, o verdadeiro ponto de partida para ele entrar no treinamento interno.

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